quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Animais de interesse médico: Morcegos



Série Ensaios: Ecologia Urbana


Keila Renê Bastos e Thaís Patrícia Lopes

Acadêmicas do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

 
A Raiva é uma antropozoonose comum ao homem e aos animais, principalmente, aos mamíferos, é provocada por um vírus contido na saliva de animais infectados, ocasiona uma encefalite aguda e progressiva, causada por um RNA vírus da família Rhabdoviridae. Esta zoonose é transmitida ao homem, principalmente, em geral por mordida de animais infectados, mas também há casos da transmissão por arranhões ou lambeduras de mucosas ou pele (KOTAIT et,. 1996). Na década de 1980, a raiva de origem canina era endêmica na América Latina, mas através de inúmeras ações estratégicas foi obtido êxito na modificação desta situação, assim, como consequência da redução dos casos de raiva canina, houve a redução desta mesma doença em humanos (KOTAIT et al., 1996). Os Quiróptera (hematófagos ou não) já ocupam o segundo lugar quanto à transmissão da raiva ao homem, sendo superados apenas pelos Carnivora. A raiva silvestre assumiu maior importância também devido aos hábitos sinantrópicos destes animais, que alcançaram as áreas urbanas e de transição, em consequência da maior oferta de alimentos existente nestas áreas e ao impacto ambiental provocado pela ação humana em seus habitats naturais (SCHNEIDER et al., 1996). O conhecimento das pessoas expostas ao risco é escasso. Em áreas onde a quantia de animais é escassa, o morcego hematófago podem vir a utilizar humanos como fonte de alimento. Esse fato vem ocorrendo devido a interferência do ser humano no ambiente, provocando modificações no equilíbrio deste (KOTAIT et al, 1996) (SCHNEIDER et al, 1996). Com o controle da circulação do vírus rábico nas espécies canina e felina a preocupação atual se volta para os contatos com quirópteros, demais mamíferos selvagens e casos suspeitos e confirmados em animais de produção. No Paraná, em média 80 notificações de contatos por quirópteros são registradas por ano. A capacidade de voo dá aos morcegos uma maior capacidade de dispersão do vírus da raiva. Os morcegos foram a principal fonte de infecção da raiva na América do Norte e no Chile, até 2004. A partir de 2004-2005 foi, também, fonte de infecção na América Latina e em todo o mundo (KOTAIT et al, 1996). Nesse trabalho, gostaríamos de por alguns mapas sobre a Raiva no Brasil nos anos de 2010 à 2013, mas no site da Saúde do Governo Federal não estão dispostos tais materiais, apesar de existir tal página. Recentemente aconteceu um caso urbano envolvendo quiróptero no Zoológico de Curitiba. Um pequeno morcego não-hematófago fora encontrado caído próximo as jaulas dos chimpanzés por um homem que o levou até a administração do zoológico. A mídia postou algumas reportagens sobre o ocorrido, preocupada com a saúde desse homem. A Prefeitura de Piraquara postou no ano de 2013, algumas notícias sobre o cuidado com essa doença e com os vetores dela. Dentre as zoonoses, a raiva continua sendo um dos grandes problemas relativos à saúde animal e saúde pública, não só em nosso país, como em grande parte do mundo. A epidemiologia da raiva em morcegos merece atenção das instituições governamentais e pesquisadores, objetivando introduzir estratégias que permitam controlar a ocorrência da raiva entre os animais silvestres e, se possível, eliminar a doença, espécie por espécie, estabelecendo uma vigilância epidemiológica coordenada e, cada vez mais, com procedimentos de diagnóstico laboratorial que permitam a realização de estudos integrados de genética e ecologia, para o conhecimento da dinâmica da raiva no meio silvestre (ALMEIDA, 2009) (KOTAIT; TAKAOKA, 2009) (SCHNEIDER et al, 1996). Os morcegos são importantes, pois controlam pragas agrícolas e florestais contribuindo para um menor uso de pesticidas na agricultura e são os mais importantes predadores de insetos noturnos voadores e como são portadores silvestres da doença, não se pode fazer um controle extremo desse animal (além de não ser indicado e correto), cabe os Municípios em parceria com o Estado promover uma campanha de conscientização para os outros vetores da Raiva assim como fizeram para a Raiva Canina/Felina, pois não é só de cães e gatos que o Homem pode obter a Raiva.

 O presente Ensaio foi elaborado para a Disciplina de Biologia Econômica e Sanitária, tendo se baseado nas seguintes obras:

ALMEIDA, Maria Angelica Zollin. Manual de Zoonoses. 2009. Disponível em: <http://www.zoonoses.org.br/absoluto/midia/imagens/zoonoses/arquivos_1258561628/5917_manual_zoonoses_2009_11_04(baixa).pdf>. Acesso em: 25 set. 2014.

KOTAIT, Ivanete; CARRIERI, Maria Luiza; CARNIELI-JÚNIOR, Júnior; CASTILHO, Juliana Galera; OLIVEIRA, Rafael de Novaes; MACEDO, Carla Isabel; FERREIRA, Karin Corrêa Scheffer; ACHKAR, Samira. Reservatórios Silvestres do Vírus da Raiva: Um Desafio para a Saúde Pública. Disponível em: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-42722007000400001&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 set. 2014.

KOTAIT, Ivanete. CARRIERI, Maria Luiza; TAKAOKA, Neide Yumi. Raiva – Aspectos Gerais e Clínicos. 2009. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/manuais/manual_08.pdf>. Acesso em: 25 set. 2014.

SCHNEIDER, M. C.; ALMEIDA, G. A.; SOUZA, L. M.; MORARES, N. B.; DIAZ, R. C. Controle da raiva no Brasil de 1980 a 1990. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.30, n.2. 1996.

WADA, Marcelo Yoshito; ROCHA, Silene Manrique; MAIA-ELKHOURY, Ana Nilce Silveira. Situação da Raiva no Brasil, 2000 a 2009. 2010. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v20n4/v20n4a10.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2014.

 

MATERIAL DE APOIO

Guia de Manejo e Controle de Morcegos:




 

Folders sobre Raiva em Morcegos e outros Animais:




 

 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

INVASÃO FITOALIENIGENA


Série ferramentas de comunicação: Ecologia urbana

Por  Diego Luis Florencio e Larissa Kienen Languer Rolim

Acadêmicos de curso de ciências biológicas




Denomina-se espécie invasora, o organismo original de determinada região, que se adapta e prolifera ao novo ambiente, competindo assim com outras espécies nativas. Existem exemplares de espécies invasoras presentes em todos os grandes grupos taxonômicos, incluindo os vírus, fungos, algas, briófitas, pteridófitas, gimnospermas, angiospermas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis pássaros e mamíferos. Atualmente as plantas invasoras são a segunda maior ameaça mundial à biodiversidade, perdendo somente para destruição de habitats pela exploração humana direta. Ao longo da evolução do homem, para suprir necessidades agrícolas, florestais e até mesmo para fins ornamentais, foram trazidas plantas oriundas de outras regiões, que se tornaram invasoras. O grande problema causado por essas plantas é que uma vez instaladas, alem de competirem com as espécies nativas, elas reproduzem-se mais depressa que as demais, com isso, aumentam a população e dominam o território.
A invasão de uma planta, podem significar, não apenas prejuízo a flora nativa, mas inclusive pode causar dano a fauna, que estava adaptada as espécies nativas. Esse equilíbrio natural, que a vegetação nativa proporciona, jamais, poderá ser comparada a cultura homogênea de espécies exóticas. As campeãs de invasões, são as plantas coníferas do gênero Pinus, que tem sido introduzidas desde o século XIX em países do hemisfério sul, principalmente para fins florestais. Atualmente várias espécies do gênero são invasoras na maioria dos países onde foram introduzidos, incluindo os países sul-americanos. No Brasil, os campos sulinos, as áreas de restingas, as savanas e muitas áreas desflorestadas estão fortemente ameaçadas pela invasão do gênero, especialmente pelas espécies P. elliottii e P. taeda (GISP, 2005). O gênero Pinus é considerado muito agressivo, está presente em praticamente todas as unidades de conservação (UC) no sul do país, e o maior risco é o seu plantio sem o manejo adequado.Em 1997, para tratar de problemas relacionados a contaminação biológica, a Organização das Nações Unidas (ONU), além de outras organizações internacionais, criaram o Programa Global de Espécies Invasoras (GISP). Um plano de ação e diretrizes está sendo montado com a colaboração dos países formadores da Organização das Nações Unidas, inclusive o Brasil, essa área de estudo vem sendo pesquisada a pouco tempo. Dentre as estratégias propostas por esse programa estão a definição de estratégias nacionais e regionais, a capacitação para efetivo controle e erradicação de espécies invasoras, o desenvolvimento de pesquisas em campo, a construção de sistemas de informação acessíveis de forma generalizada e a cooperação com países que trabalhem a questão. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) o problema das espécies exóticas, é um problema de âmbito mundial que não pode ser tratado isoladamente, sem uma estratégia comum. Como forma de minimizar o problema causado pelas espécies exóticas, deve- se informar ao publico em geral, sobre as ameaças de novas introduções, além de incentivar a utilização de espécies nativas. Também faz-se necessária maior eficiência para erradicar as invasoras o mais breve possível, visto que após seu estabelecimento os custos e dificuldade serão maiores. Se limitarmos a dispersão protegeremos os ecossistemas com medidas mais efetivas.


O presente ensaio foi elaborado para disciplina de biologia econômica e sanitária e baseado nas seguintes obras:
http://www.ecodebate.com.br/2011/02/25/especies-invasoras-como-javali-e-pinusafetam-
ecossistemas-do-pais-e-causam-perda-anual-de-r-100-bilhoes/



UM PROBLEMA TÃO PRÓXIMO E VOCÊ NEM SABIA DISSO


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Por   EDUARDO TORTELLI PESSOA, MATHEUS GABRIEL OLIVEIRA PRADO e WLADIMIR JATVA
Acadêmicos do curso de Ciências Biológicas


            O homem produz lixo. Porém a partir da Revolução Industrial, os impactos ambientais passaram a representar sérios problemas para o planeta e para a humanidade, a grande concentração populacional nas grandes cidades e o grande aumento do consumo de bens gera uma enorme quantidade de resíduos de todo tipo.     Dependendo da sua origem, existem quatro tipos de lixo: residencial, comercial, público e de fontes especiais. Fontes especiais incluem lixo hospitalar, industrial e o radioativo, são especiais, pois necessitam de cuidados desde sua origem e acondicionamento até sua disposição final, esses resíduos são diferenciados quanto aos riscos potenciais poluidores do meio ambiente e prejudicais a saúde pública são agrupados em classes com termos técnicos. Anvisa estabelece regras para descarte de lixo hospitalar específicos para esse grupo de resíduos. Lixo hospitalar é todo resíduo gerado em ações hospitalares, como exemplo os procedimento cirúrgico, que envolve a utilização de seringas, agulhas, luvas, sondas, cateteres e algumas outras ferramentas descartáveis.  Esse lixo é considerado muito perigoso para saúde humana, pois podem estar infectados com microrganismo e transmitirem doenças como o HIV e hepatite. Uma das formas de tratar o lixo hospitalar é a incineração desde que se possua tecnologia adequada para tratar os resíduos, mas os custos são elevados, em decorrência disso, no Brasil há pouquíssimos incineradores para tal objetivo, os RSS são despejados indiscriminadamente na maioria das vezes sem nenhum tratamento em lugares públicos. Aterros sanitários especiais são outra solução, onde o lixo é acondicionado em valas próprias revestidas com lonas, onde após a capacidade esgotada é jogado cal e terra, fazendo camadas. Atualmente o órgão fiscalizador é o IAP (Instituto Ambiental do Paraná). 
Uma novidade em matéria de tratamento do lixo hospitalar é um equipamento que transforma os resíduos hospitalar em resíduo comum, o Newster 10, o lançamento sera primeiramente em Curitiba, pois já apresenta todas as licenças necessárias para entrar em funcionamento em hospitais e clínicas do Paraná, que esta sendo pioneira na implementação desta nova tecnologia que promete não trazer danos para o meio ambiente.   Hoje o lixo é um problema mundial. Se conseguíssemos diminuir o lixo residencial, comercial e público, que está mais próximo de nossa realidade, seria mais fácil focar no tratamento dos resíduos de fontes especiais.  Mas a população não consegue enxergar, que o sistema capitalista coloca a ideia de consumo na cabeça das pessoas, toda semana a uma novidade, e é necessário substituir aquilo que já é velho ou ultrapassado, isso gera resíduo que cada dia cresce mais e mais de uma maneira incontrolável, a partir dai começamos a ver noticias dos países de primeiro mundo mandando seus lixos para países menos desenvolvido em contêiner, ou as ilhas de plásticos no meio do oceano atlântico. E como parar esse ciclo vicioso de consumo desenfreado? Cada um pega seu lixo, alguns reciclam outros não, mas a realidade é que não há uma preocupação real pela população em diminuir a quantidade de resíduos originados pelo seu próprio consumo, e muito fácil separar o lixo é ficar com a consciência limpa sem querer se informar que tipo de impacto ao meio ambiente aquele produto trás desde sua produção até sua forma final onde é descartado como lixo. Ta na hora de pararmos para pensar se nossa comodidade realmente vale a pena!  
                                                                                           
Este ensaio foi elaborado para disciplina de Biologia Econômica e Sanitária, basendos nas seguintes obras:
ANDRADE, L. et al . Alternativas para o gerenciamento do lixo hospitalar no Brasil.
BOTUCATO. Prefeitura Municipal. Secretaria de Saúde e Meio Ambiente. Divisão de Meio Ambiente. Divisão de Serviço de Enfermagem. Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Coleta diferencias de resíduos hospitalares. Botucatu, 1995. 14 p.
FERREIRA, J.A. – Resíduos Sólidos e Lixo Hospitalar: Uma Discussão Ética. Cad. Saúde Públi., Rio de Janeiro, 1995.
MOTA, Suetônio. Seneamento. In: ROUQUAYROl, Maria Zélia. Epidemiologia e Saúde. 4. Ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1994. 526 p. p. 343-364.
SILVA, R. F. S. da Silva; Soares, M.L. – Gestão dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saude com responsabilidade Social. Relato de ex. Gestão Socioambiental.
SOUSA, E, de Luiz. Contaminação ambiental pelos resíduos de serviços de saúde.  Faculdades Integradas Fafibe – Bebedouro (SP)

sábado, 17 de novembro de 2012

Razão e emoção, em busca de um posicionamento ético pelo bem estar animal



Série ensaios: Ecologia Urbana

Por Gabriela Caroline B. de Almeida, Iara Rocha Franco, Jaqueline Ap. Da Cruz

Acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas

A utilização de animais em experimentos, tanto para a medicina quanto na indústria farmacêutica, é um tema bastante debatido tendo seus prós e contras, pois os animais são seres vivos, como nós, e também merecem respeito. Um exemplo disso é o tráfico de animais, sendo terceiro crime no mundo com maior desenvolvimento! Existem várias ONGs que tentam barrar o uso de animais em experiências, mas aí podemos questionar: quem vai querer “emprestar” seu filho, para ser cobaia em experiências? E este correndo o risco de ter uma deformação física, mental, ou ainda ir a óbito.  Mas se colocando no lugar dos animais, eles merecem, servir de amostra e em seguida ser sacrificado? Isso também não é vida? Aí entra o bem estar animal, que é a qualidade de vida do animal, a valorização dos seus sentimentos, e este só teve uma ênfase nos últimos anos, e desde então gera vários questionamentos. Segundo Guimarães (2007), o bem estar animal está constituído ao posicionamento ético, que busca uma solução coerente entre a emoção e a razão, pois o conflito entre defender o nosso ponto de vista e nossas opiniões são tendências de nós, seres humanos, por mais intelectuais que sejamos. O autor coloca seu ponto de vista de uma forma bastante sucinta,em que o ser humano é colocado como realmente é, ou seja um ser egoísta, que só pensa, no conforto, na beleza, e que infelizmente é da natureza.
Uma pesquisa realizada em 2007, por uma revista semanal norte-americana, mostra a percepção do crescimento do direito dos animais, tanto em profissionais da área animal como da população de forma geral. Dos entrevistados, 67% afirmam que, assim como o ser humano, o animal deveria ter direito de ser livre de sofrimento, 58% consideravam errado a utilização de peles ou caçar animais e 97% afirmam que os animais sofredores de abuso cruel devem ser protegidos (COSTA, 2011).A determinação da Constituição Federal de 1988, diz que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, tornando o ganho de um grande impulso para o Brasil. “Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade”, também está na Constituição Federal de 1988, e é dever do Poder Público a efetivação deste ponto, porém reconhecemos a falta de serenidade na forma de punição dos infratores, por continuarem deixando  os animais desamparados, relativamente.
Educacionalmente falando, até que ponto conhecer um animal selvagem, como um leão desprovido de qualquer característica comportamental e expressados sinais de estresse é útil? Assim como é condenável à pesca esportiva, sendo que muitos dizem que “sempre foi assim” e que é uma tradição humanística. Sim, quando utilizada a caça para a alimentação é sim algo que sempre aconteceu e está na cultura dos homens, já o outro modo, será que seria justo com o animal ferir sua boca, tirar uma foto, colocá-lo em estresse apenas para “apreciar sua beleza”  e devolve-lo à água. Muitos acham isso algo normal, assim como em tempos remotos achavam normal os maus tratos aos escravos ou aos afrodescentendes quando eram colocados em navios para serem vendidos e trabalharem até a morte. Partindo desse ponto, devemos pensar que os pensamentos dos atos humanos estão em evolução, assim como o pensamento aos atos animais e ao bem estar animal devem estar – em evolução. Enquanto educadores ambientais acreditamos que nós, seres humanos, queremos defender as nossas opiniões, e nesse embate de vários pontos de vistas, muitos procuram manter um posicionamento ético, entre a razão e os sentimentos, e é aí que temos as consequências. E como disse uma autora chamada Gabriela Toledo "Não há crueldade pior que pensar e acreditar que os animais existem para servir ao Homem." Infelizmente é isso que acontece na maioria das vezes, mas Charles Darwin complementa: "Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais..os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento." Até onde, nós chegaremos fazendo dos animais objetos, em que simplesmente usamos e os descartamos?

Este ensaio foi elaborado para disciplina.Biologia econômica e sanitária  se baseando nas obras:
·                    Bem-estar animal: Qual é a novidade?. Portal da Educação; atualizada em 24 de Outubro de 2008; acesso em 16 de Setembro de 2012. Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/veterinaria/artigos/6603/bem-estar-animal-qual-e-a novidade?_kt=8494173369&gclid=CJmt68HvurICFQz0nAodHSYAiA
·                     GUIMARÃES A.M. Até que ponto a utilização de animais em experimentos científicos é eticamente aceita? Disponível em<http://www.ipebj.com.br/docdown/_ddf.pdf>
·                    Jacob F. Bem-Estar Animal. Rio de Janeiro; atualizada em 29 de Abril de 2011; acesso em: 16 de Setembro de 2011. Disponível em: http://www.fabianojacob.com.br/2011/04/bem-estar-animal-2/
·         NORDI W.M.. Ensino e pesquisa em bem-estar animal no Brasil. Curitiba, PR. Monografia (Graduação em Zootecnia), Universidade Federal do Paraná, 2007.

Bioindicadores e a nossa relação com os mesmos


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Karin Aline Zanão e Raquel Vizzotto de Menezes

Acadêmicas do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

Os bioindicadores são fatores bióticos empregados para o reconhecimento de condições sejam elas passadas, presentes ou futuras dos ecossistemas. Cada ser vivo necessita de determinadas condições do habitat para sobreviver, se alimentar e se reproduzir. A partir do momento em que determinada espécie não se reproduz mais, seja pela temperatura que estar muito alta, muito baixa ou estar acontecendo um desequilíbrio no meio ambiente. Ultimamente, os indicadores ambientais são utilizados para descobrir a situação de habitats, nível de degradação.  Na maioria dos casos este desequilíbrio ambiental é causado pelo homem, e ele mesmo é um dos seres vivos que direta ou indiretamente sofre as conseqüências que em muitas vezes são difíceis de reverter e controlar. O uso de bioindicadores é bastante útil, pois pode fornecer informações complementares e necessárias para a análise de risco ecológico quando um local está contaminado. Por exemplo, para avaliar uma área atingida por poluição de esgotos domésticos, pois ainda há lugares onde não existe tratamento adequado e causam doenças em boa parte da população. Os indicadores ambientais têm diversas funções quando utilizados:
·         Sentinelas: introduzidas para indicar níveis de degradação e prever ameaças ao ecossistema;
·         Detectoras: são espécies locais que respondem a mudanças ambientais de forma mensurável;
·         Exploradoras: reagem positivamente a perturbações;
·         Acumuladoras: permitem a verificação de bioacumulação;
·         Bio-ensaio: usados na experimentação
·         Sensíveis: modificam acentuadamente o comportamento.
Uma área relativamente nova é a  Ecotoxicologia, na qual são utilizadas espécies indicadoras são usadas como biosensores. Uma das áreas de interesse relacionadas ao tema é o de bioindicadores terrestres, em que nessa área é enfocada a qualidade do solo e os componentes edáficos do mesmo.  Entre tantos bioindicadores do solo, uma das espécies utilizadas é a minhoca, pois além da relativa facilidade de criação, as condições desses testes são internacionalmente aceitas e permite padronização de estudos e comparações internacionais e também á sua atividade na formação do solo, decomposição de resíduos de plantas, ciclagem de nutrientes da matéria orgânica, formação de húmus, fertilidade, porosidade e capacidade de infiltração, drenagem e retenção de água, e podem bioacumular poluentes em seus tecidos.  Além de ser importante para estudos científicos, a análise de ecossistemas tem influência nas áreas da saúde, em função de problemas ambientais e da economia, com perdas na agricultura. Uma das maiores causas de poluição do solo, e por conseqüência a poluição da água é o uso de agrotóxicos, de acordo com a ANVISA (2010) o Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, e os riscos de intoxicação humana acontecem não somente através do trabalho na agricultura. Em certas áreas agrícolas, o simples fato de "respirar" pode se tornar uma fonte de exposição, lembrando que, durante a atividade de pulverização, existe a dispersão destes produtos no ambiente.

O presente ensaio foi elaborado para a disciplina se Biologia Econômica e Sanitária tendo se baseado nas seguintes obras:

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Relatório de Atividades de 2010. Disponível em:< http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b380fe004965d38ab6abf74ed75891ae/Relat%C3%B3rio+PARA+2010+-+Vers%C3%A3o+Final.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 16 nov. 2012


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cuidado: Aranhas a Solta


Série Ensaios: Ecologia Urbana

Por: Bruna Michelle Teti Farias Maoski & Stephanie Gracia Bastos Schwenning.
Graduandas do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Pontifícia

O ser humano convive com muitos organismos que não são da própria espécie, que são denominados de animais sinantrópicos aqueles que convivem conosco sem que nós tenhamos feito tal escolha. Entre os animais sinantrópicos, há os que podem causar agravos a nossa saúde e que devemos evitá-los ao máximo, estes animais são classificados como animais de interesse médico são considerados animais venenosos e peçonhentos dentre os quais podemos citar: Aracnídeos: aranhas e escorpiões; Himenópteros: abelhas, vespas e formigas; Lepidópteros: larvas urticantes de borboletas e mariposas; Coleópteros: potó, trepa-moleque, fogo-selvagem; papa-pimenta; Peixes marinhos e fluviais (arraias, baiacus); Anfíbios (sapos, pererecas e rãs); Répteis: jararaca, cascavel, surucucu e coral verdadeira; Celenterados (medusas). Os animais venenosos produzem a toxina, mas não possuem dispositivos inoculadores. O veneno pode ser subproduto do metabolismo ou ser composto por substâncias tóxicas extraídas de plantas e acumuladas. Nesse caso, as toxinas não são protéicas e se ingeridas, causam o quadro de intoxicação durante a alimentação ou quando entra em contato direto com o animal, acidentalmente. Estima-se que ocorrem, anualmente, no Brasil cerca de 20.000 acidentes com serpentes, 5.000 com aranhas e 8.000 com escorpiões, podendo estar relacionados à ocorrência de óbitos ou produção de sequelas.
As “aranhas marrons” (Loxosceles sp) são muito comuns em Curitiba, Região Metropolitana, região de Irati, Ponta Grossa, Guarapuava, União da Vitória, Pato Branco e Jacarezinho, ocorrendo em menor frequência em todo o Estado. É importante lembrar que este gênero de aranha ocorre em vários países do mundo. São animais pequenos, medem em torno de 4 cm de diâmetro quando adultos. Sua coloração é marrom e possuem pernas longas e finas. Não são agressivas - com relação às outras aranhas -  ocorrem em lugares escuros, quentes e secos. No ambiente externo, vivem debaixo de cascas de árvores, em folhas secas, em buracos, em telhas e tijolos empilhados, muros velhos, paredes de galinheiro e outros. Dentro das casas, ficam atrás de quadros, armários, entre livros, caixas de papelão e outros materiais que não são muito remexidos. Importante lembrar que materiais de construção (como tijolos, telhas, lajotas, azulejos e madeiras) guardados também servem de abrigo para as aranhas. O veneno da aranha marrom causa alterações na pele e alterações sistêmicas, que podem levar até a morte e recebe o nome de “Loxoscelismo".
Em virtude do desmatamento e redução dos predadores da aranha marrom (lagartixa, galinha e sapo) os hábitos sinantrópicos foram maximizados, e com isso passaram a aumentar a ocorrência de acidentes. Curitiba, capital do Paraná, é a cidade no Brasil onde há maior número destes acidentes. Em 1986, foram notificados 92 casos, e o aumento foi progressivo, até que no ano 2000 foram notificados 2102 casos, com algumas mortes também registradas. O trabalho sobre animais de interesse médico é muito importante para alertar a população sobre os riscos de acidentes com aranhas marrons, uma vez que elas não atacam de espontaneamente as pessoas elas apenas se defendem quando pressionadas contra uma roupa ou ao calçar um sapato e vale ressaltar que trabalhos assim não são realizados para amedrontar a população com relação às aranhas serve para que as pessoas tenham mais atenção e cuidado com esses animais, pois cada vez mais temos que expor que o que ocorre é um acidente e não um ataque. Para que as pessoas não matem qualquer tipo de aranha desencadeando assim um desequilíbrio ambiental sem necessidade real. Muitas outras aranhas são mortas seja por conta do medo excessivo da população ou por falta de informação sobre os cuidados com esses animais e os cuidados para mantê-los longe de nossas residências.


O presente ensaio foi realizado para a disciplina de Biologia Econômica e Sanitária II, sendo baseado nas seguintes obras:

domingo, 11 de novembro de 2012

Pragas urbanas: animais a solta!


Série Ensaios: Ecologia Urbana


Por Ana Laura Diniz Furlan e Aricsson Claydsson Quiles dos Santos

Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas


Desde os tempos remotos os seres humanos são acompanhados de perto pelas pragas urbanas, e isso implica sérios danos, tais como diferentes tipos de patologias. Estes podem ser espécies de ratos, moscas, baratas, primatas, aracnídeos entre outros, que vivem em contato com o homem. O crescimento demográfico e as atividades humanas como: desmatamento, agricultura, e a urbanização, levam a uma usurpação crescente do habitar dos animais selvagens. Um fator que favorece o sucesso desses animais é a inexistência de predadores naturais na região, como felinos, gaviões, jiboias entre outros; conseguindo assim, se adaptar em áreas desmatadas e urbanizadas. Temos como uma das espécies que está com um dos maiores índice de ocorrências, o Saguis. Primatas carismáticos, atraentes e possuem grande apelo ao público, especialmente por suas características sociais e sua marcante semelhança humana. Nativos do Nordeste, introduzidos pelo homem no Sudeste e Sul do Brasil. Vivem em média 10 anos na natureza, alcançando maturidade sexual aos 3 anos, alimentando-se na natureza de insetos, pequenos mamíferos, aves, lesmas, ovos, dentre outros.  As ditas pragas urbanas, na sua maioria, espécies introduzidas pelo homem, para serem utilizadas das mais diversas formas. Atualmente muito se fala, sobre como prevenir esse mal tão bem adaptado nas cidades, ou meios urbanos. Porém a conscientização que deveria estar aliado com procedimentos mais radicais em muitos casos ainda não existe. Sabemos que se alimentarmos animais em praças, ou até mesmo com as migalhas, a probabilidade desse animal voltar para buscar mais comida, ou abrigo é imensa. Ainda sim continuamos a alimentá-los.

DENTRE AS AÇÕES NECESSÁRIAS PARA A PREVENÇÃO DO DESLOCAMENTO DE PRAGAS PARA AS ÁREAS URBANAS, PODEMOS CITAR:

 ü  Não amontoar lixo ou materiais em desuso;

ü  Manter alimentos em locais fechados;

ü  Vistoriar depósitos/locais onde alimentos são armazenados periodicamente, mantendo o local sempre limpo;

ü  Ao detectar a presença de qualquer espécie é importante acionar uma equipe especializada em controlar pragas e vetores para que o local seja inspecionado.

 No Brasil, as informações relacionadas ao tema “Pragas Urbanas” são, ainda, insuficientes. Para mudar essa situação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) (responsável pelo controle), vem desenvolvendo um amplo e exaustivo trabalho relacionado às espécies exóticas invasoras, tendo como principal objetivo, o desenvolvimento de estratégias para o controle das espécies exóticas invasoras. Em 2010, foram registradas 330 espécies invasoras no Brasil, (terrestres e aquáticas), das quais 180 animais - com predomínio de peixes (60) e mamíferos (18) - e 146 vegetais. Nós formandos da Biologia acreditamos que, pragas urbanas migram para as zonas urbanas buscando alimentação e abrigo, o que é proporcionado pelo próprio ser humano, quando esses mantêm ambientes sujos e lixos depositados de maneira inadequada, o que poderia ser evitado com medidas conscientes, ocasionando assim, a baixa ocorrência de animais “soltos” na urbanização. Para que haja um controle eficaz de pragas urbanas, é imprieencídivel a contratação de uma empresa especializada, que usem produtos registrados no Ministério da Saúde para o controle de pragas urbanas, assegurando assim a saúde de sua família.

 O presente ensaio foi elaborado para a disciplina de Biologia Econômica e Sanitária tendo se baseado nas seguintes obras:

Imagem – PRAGAS URBANAS (SANADOX). Disponível em http://www.sanadox.com.br/pragas-urbanas.htm

Imagem Sagui – Praga Urbana (UENF). Disponível em:http://uenfciencia.blogspot.com.br/2011/08/saguis-ameacam-especies-nativas.html